Centro Clínico Vila Rica


 HIPOTIROIDISMO

Hipotireoidismo é a produção insuficiente de hormônios da tireoide. A  tireóide é uma glândula  localizada no pescoço, à frente da traquéia. Ela produz dois hormônios chamados de triiodotironina e tiroxina, mais conhecidos como T3 e T4, respectivamente. Esses hormônios são os responsáveis pelo metabolismo do corpo, ou seja, o modo como o organismo armazena e gasta energia.

No caso do hipotireoidismo, o organismo armazena muita energia levando a :

– Fraqueza

– Pele ressecada

– Dor nas juntas

– Constipação intestinal (prisão de ventre)

– Aumento do colesterol

– Alterações da menstruação

– Ganho de peso

– Intolerância ao frio

– Perda de cabelo

– Moleza ou letargia

– Inchaços

Pode levar até o coma em casos extremos. O diagnóstico é feito pela história clínica e pelos exames sorológicos de dosagem de hormônios. O tratamento visa a reposição dos hormônios no organismo, com acompanhamento médico periódico e por tempo indefinido. Leia mais: http://www.mdsaude.com/2009/02/doencas-sintomas-tireoide.html#ixzz18riRAhx4


 OBESIDADE


obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro utilizado mais comumente é o do índice de massa corporal (IMC).

O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado. É o padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que identifica o peso normal quando o resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9. Veja a tabela completa e descubra o seu IMC aqui. Para ser considerado obeso, o IMC deve estar acima de 30.

O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas.

A obesidade é fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras.

São muitas as causas da obesidade. O excesso de peso pode estar ligado ao patrimônio genético da pessoa, a maus hábitos alimentares ou, por exemplo, a disfunções endócrinas. Por isso, na hora de pensar em emagrecer, procure um especialista

Sendo a obesidade um fator de risco para doença coronariana assim como uma condição que predispõe ao desenvolvimento de outros fatores de risco cardiovascular, diante de um paciente com excesso de peso a avaliação clínica cuidadosa se faz necessária. Assim não só o índice de massa corporal deve ser estabelecido mas também a distribuição da gordura corporal deve ser avaliada.

É bem conhecido o fato de que pacientes que apresentam acúmulo de gordura na região do abdômen, o que pode ser detectado pela medida da circunferência da cintura, são mais propensos à doença coronariana. Mulheres e homens com a circunferência do abdômen maior ou igual a 88cm e 102 cm, respectivamente, apresentam maior prevalência de fatores de risco coronariano. A avaliação de história de doença cardiovascular na família, a avaliação dos níveis da glicemia, do perfil lipídico do plasma, da pressão arterial e do hábito de fumar são bastante úteis para estabelecer o risco cardiovascular e estabelecer o plano geral de tratamento.

Considerando que o tratamento para a obesidade requer a adoção não só de um plano alimentar que restringe o consumo de calorias mas também de uma mudança de hábitos que exige a participação ativa do paciente, o papel do médico está em detectar os fatores que possam interferir de forma negativa no sucesso do tratamento antes de iniciar o programa de perda de peso propriamente dito. Simplesmente a prescrição de uma dieta hipocalórica para controlar o apetite ou induzir saciedade, pode ter como consequência a redução de peso em um curto prazo mas está fadada ao insucesso a longo prazo para a maioria dos pacientes.

Em primeiro lugar, diante de um paciente que necessita e refere o desejo de perder peso, é preciso avaliar sua real motivação. Muitos procuram um milagre. Em outras palavras, se dizem “desesperados para perder peso”, “fariam qualquer coisa para emagrecer” mas se mostram incapazes de cumprir tarefas como a de fazer registros de consumo de alimentos, de andar alguns quilômetros por semana ou de modificar qualquer um de seus hábitos de vida. Em uma pesquisa telefônica realizada em 49 estados nos Estados Unidos, envolvendo cerca de 108 mil indivíduos adultos revelou que 28,5% e 35,1% dos homens e 43,6 e 34,4% das mulheres estavam tentando perder ou manter o peso. Entretanto apenas 20% destas estavam ingerindo menor quantidade de calorias do que deveriam e envolvidos em um programa no qual 150 minutos por semana são gastos em atividade física. (Serdula MK, Mokdad AH, Williamson DF, Galuska DA, mendlein JM, Heath GW. Prevalence of attempting weight loss and strategies for controlling weight. JAMA 199282:1353-8).

Por outro lado, neste estudo, apenas 42% dos adultos obesos que haviam procurado atendimento médico durante os 12 meses que precederam a pesquisa referiam ter sido aconselhados a perder peso pelos profissionais de saúde (Galuska DA; Will JC, Serdula MK, Ford ES. Are health care professionals advising obese patients to lose weight? JAMA 1999 282:1576-8). Desta forma, também os médicos se mostram desmotivados a combater a obesidade e os motivos pelos quais o aconselhamento de indivíduos obesos, no sentido evitar o excesso de peso, deixa de ser feito de rotina precisam se identificados e combatidos.

Sintomas de depressão são frequentes em pacientes obesos que se mostram desmotivados para o tratamento e muitas vezes decorrem do próprio excesso de peso. Estes sintomas, associados à autoimagem negativa e à baixa auto-estima, dificultam os relacionamentos sociais, interferem no comportamento sexual e são fatores importantes que levam à falta de motivação e à sensação de impotência quanto às mudanças necessárias. Cabe ao médico identificar estas barreiras e tentar eliminá-las, oferecendo o suporte psicológico necessário. Só o fato de permitir ao paciente que expresse seus sentimentos e suas dificuldades pode aumentar sua confiança no médico e pode ajudá-lo no sentido de ter uma visão mais otimista do problema.

Investir algum tempo para motivar o paciente, oferecendo informações sobre os custos e benefícios das mudanças de comportamento necessárias, oferecer suporte para que estas mudanças possam realmente acontecer, é de extrema importância para o sucesso do tratamento.

A história do paciente com relação aos seus hábitos alimentares não só é importante para se estabelecer um plano dietético mas também é importante para a identificação de distúrbios mais graves do comportamento alimentar, que, na maioria das vezes, não são referidos de forma expontânea pelos pacientes e que podem impedir a obtenção de resultados satisfatórios. Assim a ocorrência de episódios de compulsão alimentar, do comer noturno e da necessidade de comer induzidos por determinadas condições emocionais devem ser explorados e tratados com cuidado.

Estresse faz parte do nosso dia a dia tanto em casa como no trabalho. Uma das conseqüências de uma situação estressante é a perda de controle no comer. O aprendizado de técnicas de relaxamento pode ser útil para lidar com o estresse e evitar o descontrole alimentar.

Finalmente é também papel do médico informar ao paciente que a tendência ao ganho de peso não se vai com o tratamento, sendo geneticamente determinada. A noção de que a predisposição para ganhar peso é um problema crônico pode ajudar o paciente a aceitar que as mudanças nos hábitos alimentares e na atividade física devem persistir realmente ao longo da vida. Assim a atividade física a ser realizada deve trazer algum prazer e o plano dietético deve se transformar em seu hábito alimentar normal.

As mudanças no estilo de vida exigem, muitas vezes, um longo período de adaptação e o encontro de fontes alternativas de prazer que não o de comer. Assim sendo, os pacientes devem pesar as vantagens e desvantagens de tais mudanças e devem sentir-se livres para decidir, levando em conta as perspectivas do ponto de vista médico.

Os objetivos da terapia comportamental no tratamento da obesidade,  são os de auxiliar os pacientes a melhorarem seus hábitos alimentares, a aumentarem a atividade física, modificando assim o estilo de vida através da adoção de hábitos mais saudáveis que os auxiliem não só à perda de peso mas também à manutenção do peso perdido.

Para se estabelecer um plano de mudanças comportamentais é necessário, inicialmente, estabelecer os hábitos alimentares de cada paciente. Isto requer que cada paciente monitorize seu próprio comportamento alimentar através do registro do tipo de alimento que estão habituados a ingerir, os locais onde estes alimentos são consumidos, a frequência com que os alimentos são consumidos e a condição emocional no momento do consumo destes alimentos. Através da análise destes registros os próprio indivíduos são capazes de identificar as problemas passíveis de serem corrigidos, particularmente no que diz respeito aos locais e aos períodos do dia que facilitam a ingestão maior de alimentos ou de calorias.

A utilização de uma tabela para estes registros, proposta por Bray em 1999, pode ser útil (Tabela1). Cada um dos componentes desta tabela poderá ser também analisado separadamente, na tentativa de modificar cada um deles por vez. Assim poderá se tentar modificar inicialmente, por exemplo, o horário das refeições para posteriormente tentar mudar o local ou as condições do ato de alimentar-se.

Identificado o problema deve-se então tentar quebrar a cadeia de eventos que levam a perpetuá-lo. Por exemplo, para alguém que na volta do trabalho tem o hábito de parar em uma doceira e comprar um doce, o melhor seria mudar o caminho de casa. Para alguém que se alimenta muito rapidamente o melhor seria estabelecer um número maior de vezes com que um alimento é mastigado. Na Tabela 2 encontram-se listadas técnicas úteis para o controle de estímulos que levam a aumentos no consumo alimentar.

O suporte social também é importante para que as mudanças de hábito também ocorram. É fundamental que familiares ou amigos reforcem de forma positiva as mudanças de comportamento que o paciente está tentando implementar. Atitudes de familiares no sentido de dificultar tais mudanças podem ser desastrosas para uma pessoa que se dispõe a perder peso. Para alguns cônjuges, a perda de peso e a aquisição de melhor aparência do outro pode ser um fato ameaçador . Tal fato deve ser identificado logo no início e, se possível, corrigido para não comprometer o sucesso do tratamento. Os familiares e amigos são também importantes no sentido de auxiliar o paciente a se comportar em situações difíceis como festas, jantares onde há necessidade de dizer “não” para os alimentos oferecidos muitas vezes de forma insistente.

Os avanços ocorridos nos conhecimentos sobre a obesidade, não foram acompanhados de grandes progressos no que se refere ao seu tratamento. Muitas estratégias de emagrecimento têm sido tentadas, mas, via de regra, perder peso e mantê-lo são extremamente difíceis na maioria dos casos. A perda de peso sempre estará na dependência de um balanço energético negativo, conseqüente à menor ingestão alimentar em relação ao gasto calórico. Classicamente esta situação é alcançada com o binômio redução da ingestão alimentar e aumento da atividade física. Além disso a obesidade é uma doença multifatorial e o controle dos fatores ambientais se faz necessário para combatê-la.

No tratamento da obesidade deve-se objetivar, não só a perda de peso, mas também a correção dos fatores de risco cardiovascular, dependentes da resistência à insulina. A idéia de se reduzir o peso corporal de indivíduos obesos para valores consideráveis normais, através de dietascom conteúdo calórico muito baixo, vem sendo substituída por condutas que levam a um objetivo menos ambicioso e mais realista, pela impossibilidade de se conseguir, a longo prazo, atingir e manter o peso ideal na maioria dos casos.

O fator que dificulta o sucesso de dietas muito restritas em termos calóricos, que produzem a curto prazo perdas ponderais significativas, é a tendência fisiológica do organismo de se “defender” contra as variações pronunciadas no seu peso corporal. Restrições no seu aporte alimentar levam à ativação de mecanismos compensatórios para minimizar a perda de peso, através da redução na taxa de metabolismo basal como demonstrado por Leibel et al 5 (Figura 2). Um tratamento dietético que resulte em uma perda de peso mais modesta mas que produza alterações mais estáveis é provavelmente mais favorável. Assim, perdas ponderais entre 5 e 10% do peso inicial podem ser suficientes para produzir alterações benéficas nos níveis de glicemia, no perfil lipídico do plasma e nos níveis da pressão arterial.

O total de calorias a ser consumida deve ser reduzido em 500 a 1000 kcal por dia, com base no cálculo de energia despendida pelo paciente. A dieta assim planejada é usualmente suficiente para produzir uma perda de peso entre 0,5 a 1,0 kg/semana. Recomendações gerais devem incluir aumento na ingestão de fibras, que produzem maior grau de saciedade, redução no consumo de sacarose, de álcool e de gorduras saturadas. A proporção normal de nutrientes deve ser mantida apesar da limitação calórica. Proteínas devem perfazer 15 a 20% da quantidade total de calorias da dieta, carboidratos devem corresponder a 50 – 55 % e as gorduras não devem ultrapassar 30% do conteúdo calórico total. Para melhorar a aderência do paciente à dieta é recomendável que esta se adapte aos seus gostos, fornecendo-lhe variadas opções de cardápio. Ao lado disso, o sucesso da dieta depende fundamentalmente do processo de reeducação alimentar, que faz parte da denominada terapia comportamental.

Retirado do site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia:  http://www.endocrino.org.br/areas-da-endocrinologia/

Dr. Eduardo Mokarzel Guimarães